sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lágrimas soltam-se sem noção. caiem do rosto para as mãos que tapam a boca fazendo com que não arrefeçam. um frio invade o interior. falta-me algo. devia sentir-me completa mas perdeu-se algo. solta-se um profundo suspiro. sinto o forte abraço mas as lágrimas teimam em correr mais. a fortaleza que me rodeava caiu. continuo com chão mas sem protecção. perguntando-me o que se passa respondo apenas "nada", olhando para o infinito. sentido-me a desfalecer. cada vez mais pessoas me rodeiam perguntado o que se passa; a resposta continua a ser "nada". o vazio não me deixava falar. sentia-me estranhamente mórbida não conseguindo falar. outro abraço novamente e as lágrimas correm mais fortemente como uma noite de vendaval;  o passado e o presente apoderaram-se; de mim ; dizia "estou bem" e ouvia à minha volta " sei que não estás". começava a tornar-se inevitável estar bem. sempre detestei que se preocupassem comigo; mas até a solidão se preocupava. tinha vontade de me isolar mas seria muito pior. senti outro abraço desta vez mais reconfortante e sussurrou-me "eu sei que não estás bem, não precisas de falar mas quando quiseres desabafar já sabes"; a solidão afastou-se, o sol voltou e aí sim; senti o calor voltar e algo me aqueceu




- ingénuo coração deverias
livrar-te da solidão

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